A poesia permite- lhe [a Adelino Torres] olhar o mundo e a si próprio sem peias nos olhos, sem que, nesses actos de maior liberdade, despreze, por assim dizer, a ciência e o que ela poderá importar de positivo para a condição humana e para o mundo: Arte, filosofia, ciência / dão forma ao equilíbrio do universo / onde a palavra é a própria criação, diz nos primeiros versos do poema Visão, incluído na presente antologia. O espírito científico é, a par do racionalismo, um tema recorrente na poesia contida nesta e noutras antologias. A verdade não é um resíduo / do saber esquecido / mas a substância vaga / do saber que não virá / pelos caminhos trémulos / dos deuses domadores de sombras, escreve num poema dedicado à problemática do terrorismo islamita. O livro está dividido em duas partes, Cantos do crepúsculo e Ironias. A primeira dá título ao livro, cujos poemas expressam, no seu conjunto, o olhar amadurecido, por vezes amargurado, de alguém que se acha no crepúsculo da vida;é um olhar que incide sobre o que o rodeia, mas também sobre si próprio, no sentido em que dificilmente o íntimo, o eu do sujeito que observa e participa é separável do mundo objectivo, do mundo que lhe é, em princípio, exterior.

CANTOS DO CREPÚSCULO – (POESIAS û LIVRO III)
ISBN: 9789896890384
$18.840
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